O legado de Melvil Dewey para Biblioteconomia
- Alex Azevedo
- 12 de abr. de 2018
- 15 min de leitura
Atualizado: 15 de abr. de 2018
O bibliotecário que avançou nas práticas classificatórias além da teoria, ensinando a enfrentar as complexidades contínuas de organizar a informação.

Um nome que se imortalizou nas galerias dos gênios da biblioteconomia, e sempre estará presente na prática do bibliotecário, é pioneiro Melvil Dewey, criador em 1876 do Sistema de Classificação Bibliográfica que leva o seu nome (Classificação Decimal de Dewey ou simplesmente CDD), e o curso de Biblioteconomia de 1887.
Melvil Dewey é o apelido de Melville Louis Kossuth Dewey, considerado o pai da Biblioteconomia moderna, nasceu em 10 de dezembro de 1851, em Adams Center, Nova Iorque. Ele era o mais novo de cinco filhos e foi criado em uma família de poucos recursos financeiros, mas muito religiosa.
A Dewey foi ensinado o valor do trabalho duro e da economia, o que o marcou pela vida inteira. Na idade de cinco anos já demonstrava as características que lhe marcariam a biografia. Alguns pesquisadores dizem que nesta idade Dewey realizou seu primeiro feito, proporcionando à despensa de sua mãe uma organização sistemática, condizente com a necessidade de organizá-la e recuperar facilmente os itens ali guardados.
Desde a infância, Melvil Dewey viu nos estudos não só a possibilidade para transformar sua vida, mas uma força para a transformação social.
Apesar das dificuldades financeiras da família, o que dificultou a educação básica de Dewey, ele entrou na Faculdade de Amherst College, em Amherst, Massachussetts, aos 19 anos, em 1870. Durante a graduação, ele trabalhou como assistente na biblioteca da faculdade e foi a partir desse momento que se iniciou a sua carreira como bibliotecário.

Nesse período ele visitou diferentes bibliotecas a fim de identificar os métodos que as bibliotecas deveriam usar na organização do seu acervo e na prestação de seus serviços.
Dewey identificou algo importante, as bibliotecas normalmente armazenavam os livros por meio de localização fixa nas estantes, ou seja, cada livro tinha um lugar físico fixo em estante e prateleiras específicas.
Dewey percebeu como isso era custoso para as bibliotecas, pois à medida que seus acervos cresciam, cada livro precisava ser renumerado, o que custava tempo e dinheiro.
Além disso, esse sistema gerava dispersão de livros com assuntos semelhantes pelo acervo, ao invés de mantê-los próximos uns dos outros. Notando tal limitação na disposição dos livros nos acervos das bibliotecas que visitou, Dewey concebeu um sistema de arquivamento por localização relativa.
Isso significava que a localização dos livros não seria mais absoluta, isto é, ligada a determinada estante e prateleira, mas relativa ao seu assunto. Dessa forma, o livro passava a ganhar uma localização que é relativa também aos outros livros do acervo. Isso levou à criação da Classificação Decimal de Dewey (CDD), obra pela qual ele é reconhecido e lembrado mundialmente até os dias de hoje.

Dewey começou a trabalhar na CDD aos 21 anos, em 1872, ainda enquanto trabalhava na Faculdade de Amherst, onde continuou por dois anos depois da formatura em 1874.
Melvil Dewey publicou seu sistema de classificação decimal em 1876, na obra intitulada: Classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the Books and Pamphlets of a Library, que foi um marco para a Biblioteconomia moderna.
Porém, as contribuições de Dewey, mesmo que “não intencionalmente” foram marcantes também para a constituição do campo da Ciência da Informação, pois o século XX se tornou repleto de estudiosos com a pretensão de resolver os problemas relativos a organização do conhecimento estabelecidos com a explosão informacional dos séculos XIX e XX.
A primeira grande contribuição de Dewey é referente a uma nova propositura de organização bibliográfica do conhecimento. Embora este grande bibliotecário atentasse essencialmente na biblioteca, seus estudos estimularam a organização do conhecimento em outros suportes.
É inegável, embora da década de 1970 para dias os sistemas de classificação bibliográfica tenham entrado em crise de sentido e de aplicação para organização do conhecimento, que a CDD traz um questionamento, já a partir do período de sua criação, sobre a necessidade de um pensamento contínuo concebido a médio e longo prazo, pois Dewey sabia que depois de certo tempo o mundo estaria repleto de bibliotecas que precisariam estar bem organizadas a partir de um sistema de classificação bibliográfica consistente com vistas a promover acesso eficiente e eficaz para os usuários.

As proposições de Dewey serviram de base para diversos estudos como os de Paul Otlet e Henri La Fontaine (também serão destacados neste blog) quando criaram a Classificação Decimal Universal (CDU) baseada na proposta da CDD e quando desenvolveram a idéia da Documentação que foi crucial para o advento da Ciência da Informação, considerando que este estudo está concentrado na obra Tratado da Documentação (Traité de documentation).
Vale ressaltar que esses estudos já antecipavam reflexões atuais sobre a Internet, pois falava de uma rede de milhares de documentos ligados entre si através de links, que podiam ser consultados por qualquer pessoa em qualquer local, bem como a Web Semântica.
O sistema decimal não foi em si uma invenção de Dewey, posto que outros antes dele já o usavam, como Nathaniel B. Shurtleff e o autor italiano Natale Battezzati, o último sendo citado por Dewey como fonte inspiradora no prefácio da primeira edição da CDD.
Uma das ideias que Dewey pegou emprestado de Battezzati foi a de fichas catalográficas acompanhando as publicações, sendo então precursor da catalogação na fonte (Cataloging-in-Publication), que é algo recorrente nas publicações atuais.

Dewey também se inspirou na classificação de W. T. Harris, da St. Louis Public Library e reconhece a ajuda de Charles Cutter e John Fiske ao fazerem sugestões e críticas construtivas ao seu sistema de classificação.
Assim, Dewey não concebeu uma classificação totalmente original em sua estrutura, mas foi inovador em adotar e adaptar pontos fortes dos trabalhos de outros autores.
A CDD não foi o único legado de Dewey para a Biblioteconomia, mas, ao contrário, suas contribuições foram variadas.
No mesmo ano em que publicou seu sistema de classificação, ajudou a fundar a American Library Association (ALA) ao lado de Charles Ammi Cutter e outros mais de cem bibliotecários.
Nessa instituição, Dewey foi primeiro-secretário de 1876 a 1890 e presidente de 1890 a 1891.

Ainda em 1876, Dewey mudou-se para Boston, onde fundou o Library Bureau, companhia que tinha a intenção de vender provisões padronizadas para bibliotecas, como equipamentos (máquina de datilografar fichas catalográficas, por exemplo) e mobiliários (ficheiro para catálogos em fichas, estantes de livros, entre outros).
No ano 1876 fundou a Library Journal, tornou-se o primeiro redator-chefe do periódico que tem publicação corrente até os dias de hoje.

Dewey casou-se com Annie R. Godfrey de Milford, Massachusetts, em 1878. Tiveram um filho, Godfrey, nascido em 1887.
Em 1893 começou a trabalhar na Faculdade de Columbia (hoje Universidade de Columbia) na cidade de Nova Iorque e lá foi pioneiro no ensino da biblioteconomia, criando o primeiro curso de biblioteconomia em 1887.
Além disso, em Columbia Dewey criou um catálogo sistemático e iniciou programas de instrução de usuários.
A presença de mulheres no curso era algo louvável, haja vista que o Conselho da faculdade era contra.
A insistência de Dewey para que aceitassem mulheres no curso lhe custou caro: em 1888, Dewey foi suspenso de suas atividades na Faculdade de Columbia.
Impressionado com seu trabalho, os diretores da Universidade do Estado de Nova Iorque, em Albany, ofereceram-lhe o cargo de bibliotecário na instituição.
Logo o seu trabalho e empenho o levaram ao cargo de Diretor da Biblioteca Estadual, em 1889, cargo que ocupou até 1906. A saída da direção da biblioteca foi forçada e polêmica: acusavam o Lake Placid Club de excluírem judeus e outros grupos minoritários, o que abalou a imagem de Dewey, pois o clube havia sido fundado por ele e a esposa em 1895.

Em 1904, o Conselho Diretor da Biblioteca Estadual recebeu uma petição pedindo a retirada de Dewey do cargo de Diretor. Embora o Conselho não tenha votado por sua expulsão, eles declararam publicamente sua censura à suposta atitude de Dewey, o que o levou a renunciar ao cargo em 1º de janeiro de 1906, temendo por sua credibilidade.
Há indícios, porém, de que esse infeliz acontecimento na vida de Dewey tenha sido manobra política de desafetos do bibliotecário que almejavam o poder que ele tinha.
Após janeiro de 1906, Melvil Dewey não parou totalmente de trabalhar na biblioteconomia, mas entrou em um estado de quase aposentadoria, pois não era mais o bibliotecário ativo de antes.
Outra contribuição de Dewey está diretamente ligada ao campo das Ciências Cognitivas que a Ciência da Informação também pode ser inserida. Esta contribuição se dá primeiramente no nível de colocar no contexto pragmático o significado lógico e técnico do conhecimento para que seja localizado e compreendido, como Dewey fez com a criação da CDD, inclusive, passou a ser chamado por Peter Burke como bibliotecário-filósofo e num segundo plano pelo fato de que Dewey une lógica, técnica e cognição quando utiliza números arábicos e símbolos para representar o conhecimento humano.
Dessa forma, Dewey fomenta nos cientistas da informação do final do século XIX e início do século XX, novas propostas para a organização do conhecimento.
Obviamente que novos procedimentos para organização do conhecimento são amplamente necessárias, tanto a partir da condição técnica de organização, disseminação, recuperação e uso da informação, como levando em consideração a condição cognitiva da compreensão de que é preciso a criação de meios que satisfaçam as necessidades dos usuários.
Sua mais famosa contribuição para a área, a Classificação Decimal é tida como referência na área até os dias de hoje. Dewey descreveu, nos seguintes termos, como a ideia lhe aflorou ao espírito:

"Durante meses imaginei, noite e dia, que deveria haver, em alguma parte, uma solução satisfatória. No futuro teríamos milhares de bibliotecas, a maioria das quais aos cuidados de pessoas com pequena capacidade ou escasso adestramento. O primeiro requisito da solução há de ser a maior simplicidade possível. O provérbio dizia 'simples como a, b, c', mas ainda mais simples do que isso era 1, 2, 3. Após meses de estudo, um domingo, durante um longo sermão do pastor Stearns, enquanto o encarava com firmeza sem lhe ouvir uma palavra, e absorvida a mente no problema vital, a solução coruscou-me ante os olhos, a ponto de fazer-me saltar da minha cadeira e de quase levar-me a gritar 'Eureca!' Consistia ela em alcançar a simplicidade absoluta empregando os mais simples símbolos conhecidos, os algarismos arábicos na qualidade de decimais, com o zero revestido da significação usual, a fim de numerar uma classificação de todo o conhecimento humano impresso; completando tal expediente pelos símbolos que, depois dos números, eram os mais simples, ou seja, a, b, c, e indexando todos os títulos das tabelas, de forma que seria mais fácil usar a classificação com 1.000 títulos assim ajustados, do que os 30 ou 40 títulos que reclamam cuidadoso estudo antes de serem utilizados" .

O Sistema Decimal de Dewey teve ampla divulgação através do Library Bureau. Foi aplicado a documentos, pela primeira vez, pela Estrada de Ferro Baltimore-Ohio em 1898.
Dois anos depois da morte da esposa em 1922, Dewey casou-se com Emily McKay Beal. Eles permaneceram casados até a morte dele.
Morreu de uma hemorragia cerebral em Lake Placid, uma cidade localizada no Estado americano da Flórida, no Condado de Highlands Flórida, no dia 26 de dezembro de 1931.
Seu legado sobreviveu ao tempo e até hoje o sistema de classificação por ele inventado, a CDD, é o mais utilizado nas bibliotecas de todo o mundo.
A biblioteconomia como é conhecida hoje deve muito ao trabalho de Dewey, que foi o responsável por iniciar uma formalização e maior padronização do ensino de biblioteconomia e das práticas bibliotecárias como um todo.
O que código internacional de Classificação Decimal de Dewey (CDD) colado nos livros?
É difícil pensar no trabalho que há por trás quando entramos no acervo de uma biblioteca e encontramos os livros organizados nas estantes, ou quando acessamos o catálogo das bibliotecas e conseguimos recuperar informações a respeito do livro que precisamos.
Para que os livros estejam organizados e as informações disponíveis no sistema, com acesso inclusive pela internet, é necessário um trabalho por bibliotecários e assistentes, que na biblioteca nominamos como o pessoal do processamento técnico, que são aqueles que trabalham nos serviços internos, que incluem a classificação que os livros recebem para serem organizados na estante.

O que é classificação?
É a reunião de materiais por assunto, tem por finalidade agrupá-los e arrumá-los para uso. Na biblioteconomia, ao longo da história, surgiram vários modelos de classificação, destacando o código internacional de Classificação Decimal de Dewey (CDD) para classificar os livros.
A CDD é o sistema de classificação mais amplamente usado no mundo. Bibliotecas em mais de 135 países usam a CDD para organizar e oferecer acesso a suas coleções, e os números da CDD estão presentes nas bibliografias nacionais de mais de 60 países. Bibliotecas de todos os tipos aplicam números Dewey diariamente e compartilham esses números por uma série de meios (inclusive o WorldCat, o Catálogo de Grupo de Bibliotecas On-line da OCLC). Dewey também é usado para outros propósitos, por exemplo, como mecanismo de navegação para recursos na Web.
A CDD já foi traduzida para mais de 30 idiomas. Traduções das edições mais recentes e abreviadas da CDD estão concluídas, planejadas ou em andamento em árabe, chinês, francês, alemão, grego, hebraico, islandês, italiano, coreano, norueguês, russo, espanhol e vietnamita.

Além da classificação, a notação de autor compõe as informações para localização do livro na estante, as mesmas são impressas em etiquetas que são colocadas na lombada dos livros, para melhor visualização nas estantes. Essa maneira de organização faz com que livros do mesmo assunto estejam em estantes próximas, e livros do mesmo autor sobre um mesmo assunto ficam bem perto um do outro.
Assim, quando procurar um título específico, poderá dar uma olhada em outros de seu interesse.
Cada biblioteca utiliza a classificação que melhor atenda as suas necessidades, de acordo com o seu acervo.
É possível também criar sua própria classificação, o que costuma ocorrer com acervos pessoais, já que na maioria dos casos o acervo é pequeno e acessado por um número reduzido de pessoas, permitindo organizar os livros de uma maneira mais simples, sem a necessidade da utilização de códigos e tabelas.
O mais importante é organizar os livros para que a recuperação seja possível e ágil.
Desenvolvimento
Um dos pontos fortes do Dewey é que o sistema é desenvolvido e mantido em uma agência bibliográfica nacional, a Biblioteca do Congresso (EUA). O escritório editorial do Dewey está localizado na Divisão de Classificação Decimal da Biblioteca do Congresso (EUA), onde especialistas em classificação atribuem anualmente mais de 110.000 números da CDD para registros de obras catalogadas pela Biblioteca.
Ter o escritório editorial dentro da Divisão de Classificação Decimal permite que os editores detectem tendências na literatura que devem ser incorporadas na Classificação. Os editores preparam revisões e expansões propostas de programação, encaminham as propostas ao Comitê de Política Editorial da Classificação Editorial (EPC) para revisão e ação recomendada.

O EPC é um conselho internacional de dez membros cuja função principal é aconselhar os editores e a OCLC sobre questões referentes a mudanças, inovações e desenvolvimento geral da Classificação. O EPC representa os interesses de usuários da CDD; seus membros têm origem em bibliotecas nacional, públicas, especiais e acadêmicas e de bibliotecas escolares.
Edições da Classificação Decimal de Dewey (CDD)
A CDD é publicada em edições integrais e resumidas tanto em versões impressas quanto eletrônicas. A edição resumida é um corte lógico da hierarquia estrutural e de notação da edição completa correspondente sobre a qual é baseada e serve para coleções gerais de 20.000 títulos ou menos.
WebDewey e Abridged WebDewey, as versões eletrônicas das edições integrais e resumidas, respectivamente, são atualizadas com frequência e contêm entradas adicionais de índice e vocabulário mapeado.

As versões eletrônicas e as publicações suplementares na Web são as principais fontes de atualizações constantes da CDD. No site do Dewey (www.oclc.org/dewey), novos números selecionados e alterações à CDD são publicados mensalmente, e os mapeamentos entre novos Cabeçalhos de Assunto da Biblioteca do Congresso (EUA) (LCSH) e números Dewey selecionados são publicados a cada 15 dias.
Estrutura e notação da Classificação Decimal de Dewey
A CDD foi construída sobre princípios sólidos que a tornam ideal como ferramenta geral de organização do conhecimento: notação significativa em numerais arábicos universalmente reconhecidos, categorias bem definidas, hierarquias bem desenvolvidas e uma rica rede de relacionamentos entre tópicos.
Na CDD, as classes básicas são organizadas por disciplinas ou campos de estudo. NO nível mais amplo, a CDD é dividida entre dez classes principais, que, juntas, abrangem o escopo inteiro do conhecimento. Cada classe principal é subdividida em dez divisões, e cada divisão em dez seções (nem todos os números para as divisões e seções foram usados).
A estrutura principal da CDD é apresentada nos sumários da CDD após essa introdução. Os cabeçalhos associados aos números nos sumários foram editados para fins de navegação e não necessariamente correspondem aos cabeçalhos completos encontrados nas programações.
O primeiro sumário contém as dez classes principais. O primeiro dígito em cada número de três dígitos representa a classe principal. Por exemplo, 600 representa tecnologia. A CDD organiza todo o conhecimento em dez classes principais, excluindo o (000), em um sistema numérico e hierárquico, sendo as divisões principais:
000 Generalidades (Computer science, information & general works)
100 Filosofia e psicologia (Philosophy & psychology)
200 Religião (Religion)
300 Ciências sociais (Social sciences)
400 Línguas (Language)
500 Ciências Naturais e matemática (Science)
600 Tecnologia - Ciências aplicadas (Technology)
700 Artes (Arts & recreation)
800 Literatura e retórica (Literature)
900 Geografia e história (History & geography)

O segundo sumário contém as divisões das centenas. O segundo dígito em cada número de três dígitos indica a divisão. Por exemplo, 600 é usado para obras gerais sobre tecnologia, 610 para medicina e saúde, 620 para engenharia, 600 para agricultura.
O terceiro sumário contém as seções dos milhares. O terceiro dígito em cada número de três dígitos indica a seção. Desta forma, 610 é usado para obras gerais sobre medicina e saúde, 611 para anatomia humana, 612 para fisiologia humana, 613 para saúde e segurança pessoal.
Numerais arábicos são usados para representar cada classe na CDD. Um ponto decimal segue o terceiro dígito em um número de classe, após o qual a divisão por dez continua até o grau específico de classificação necessário.
Um assunto pode aparecer em mais de uma disciplina. Por exemplo, "vestuário" tem aspectos que se encaixam em várias disciplinas. A influência psicológica do vestuário pertence a 155.95, como parte da disciplina de psicologia; costumes associados ao vestuário pertencem a 391, como parte da disciplina de costumes; e vestuário no sentido de moda pertence a 746.92, como parte da disciplina das artes.
Hierarquia

A hierarquia na CDD é expressa por estrutura e notação. Hierarquia estrutural significa que todos os tópicos (exceto as dez classes principais) são parte dos tópicos mais amplos acima deles.
Qualquer nota referente à natureza de uma classe se mantém verdadeira para todas as classes subordinadas, inclusive tópicos logicamente subordinados classificados em números coordenados.
A hierarquia de notação é expressa pelo comprimento da notação. Números em um determinado nível são geralmente subordinados a uma classe cuja notação tem um dígito a menos; coordenados com uma classe cuja notação tem o mesmo número de dígitos significativos; e superordenados a uma classe com números com um ou dois dígitos a mais. Os dígitos sublinhados no exemplo a seguir demonstram essa hierarquia de notação:
600 Tecnologia
630 Agricultura e tecnologias relacionadas
636 Animal husbandry
636.7 Pecuária
636.8 Gatos
“Cães” e “Gatos” são mais específicos do que (isto é, são subordinados a) "Pecuária"; são igualmente específicos (isto é, são coordenados com) entre si; e "Pecuária" é menos específico do que (isto é, é superordenado a) “Cães” e “Gatos”. Às vezes, outros dispositivos devem ser usados para expressar a hierarquia quando não for possível ou desejável fazê-lo por notação. Cabeçalhos especiais, notas e entradas indicam relações entre tópicos que violam a hierarquia de notação.
Organização do código internacional de Classificação Decimal de Dewey (CDD)

A versão impressa da edição integral mais recente da CDD, Edição 23, que serão comercializados exemplares impressos até junho de 2018, segundo informação disponibilizada na página da Online Computer Library Center (OCLC), aponta que as atualizações posteriores da CDD estarão disponíveis na plataforma WebDewey. Entretanto, na versão impressa da Classificação Decimal de Dewey é composta das seguintes partes principais em quatro volumes:
Volume 1
(A) Novos recursos na Edição 23: Uma breve explicação dos recursos especiais e alterações na CDD 23
(B) Introdução: Uma descrição da CDD e sobre como usá-la
(C) Glossário: Definições curtas dos termos usados na CDD
(D) Índice para a introdução e o glossário
(E) Manual: Um guia para a utilização da CDD que é composto basicamente de discussões estendidas de áreas problemáticas na aplicação da CDD. As informações no manual são dispostas pelos números nas tabelas e nos programas
(F) Tabelas: Seis tabelas numeradas de notação que podem ser adicionadas aos números de classe para oferecer maior especificidade
(G) Listas que comparam as Edições 21 e 22: Realocações e números suspensos;
Números reutilizados
Volume 2
(H) Sumários da CDD: Os três principais níveis da CDD
(I) Programas: A organização do conhecimento de 000 a 599
Volume 3
(J) Programas: A organização do conhecimento de 600 a 999
Volume 4
(K) Índice relativo: Uma lista alfabética de assuntos com as disciplinas em que são tratados, suborganizados alfabeticamente sob cada entrada
Entradas
As entradas nos programas e tabelas são compostas de um número CDD na coluna de números (a coluna na margem esquerda), um cabeçalho que descreve a classe que o número representa e, muitas vezes, uma ou mais notas. Todas as entradas (números, cabeçalhos e notas) devem ser lidas no contexto da hierarquia.
Na versão impressa da CDD, os primeiros três dígitos dos números do programa (classes principais, divisões e seções) aparecem apenas uma vez na coluna de números, quando usados pela primeira vez. Eles são repetidos na parte superior de cada página, onde suas subdivisões continuam.
Os números subordinados aparecem na coluna de números, começando com um ponto decimal, com os três dígitos iniciais entendidos.
Alguns números nos programas e tabelas são colocados entre parênteses ou colchetes. Números e notas entre parênteses oferecem opções para a prática padrão. Números entre colchetes representam tópicos que foram realocados ou suspensos ou que não estão atribuídos. Os colchetes também são usados para conceitos de subdivisão padrão que são representados em outro local. Números entre colchetes nunca são usados.
Criação de números
Apenas uma fração de potenciais números da CDD é incluída nos programas. Normalmente, é necessário criar ou resumir um número que não esteja especificamente listado nos programas. Esses números criados permitem uma maior profundidade de análise de conteúdo. Existem quatro fontes de notação para a criação de números: (A) Tabela 1 Padrão
Subdivisões; (B) Tabelas 2-6; (C) outras partes dos programas; e (D) adicionar tabelas nos programas.
A criação de números somente é iniciada com instruções nos programas (exceto pela adição de subdivisões padrão, que podem ocorrem em qualquer lugar, a menos que exista uma instrução do contrário). A criação de números começa com um número base (sempre declarado na nota de instrução) ao qual outro número é adicionado.
Mais informações

O site do Dewey (www.oclc.org/dewey) contém informações atualizadas sobre a CDD, produtos e serviços e licenciamento da CDD.
Para obter mais informações sobre a estrutura e aplicação da classificação decimal de Dewey, consulte a introdução no volume 1 da CDD 22 (também disponível on-line no WebDewey e no site do Dewey).
Uma introdução mais profunda à classificação decimal de Dewey pode ser encontrada em Dewey Decimal Classification: Principles and Application, 3d ed., by Lois Mai Chan and Joan S. Mitchell (Dublin, Ohio: OCLC, 2003).
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